quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CONHEÇA MAIS SOBRE : DORAMECTINA NO TRATAMENTO DE CÃES COM SARNA SARCÓPTICA E NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS.

CONHEÇA  MAIS  SOBRE :  DORAMECTINA NO TRATAMENTO DE CÃES COM SARNA SARCÓPTICA E NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS.



A escabiose canina caracteriza-se por seu aspecto altamente pruriginoso, ocasionando lesões dermatológicas primeiramente na região das orelhas e cotovelos. Sua importância torna-se maior pela facilidade de transmissão através do contato direto com cão infestado e pelo seu potencial de transmissão a outras espécies Segundo SCOTT et al. (1996) e ALMEIDA e AYRES (1999) a sarna sarcóptica pode ser transmitida da pele de cães para humanos, sendo considerada uma zoonose. 

O diagnóstico definitivo é obtido pela observação de ácaros ou suas fezes nos raspados de pele e o diagnóstico presuntivo pelos sinais dermatológicos, reflexo auricular-podal e resposta ao tratamento (SCOTT et al., 1996; MEDLEAU, 1997; CAMPBELL, 2000).

MUELLER et al. (2000) avaliaram o teste auricular-podal comparando cães com escabiose, alergia e outras dermatopatias, verificando 93,8% de especificidade e 81,8% de sensibilidade.

O tratamento da escabiose canina é realizado geralmente através da aplicação repetida de parasiticida tópico, até que as lesões ativas se resolvam, tipicamente em quatro a seis semanas (SCOTT et al., 1996; CAMPBELL, 2000).

Os nematódeos gastrintestinais em cães geram prejuízos ao crescimento e desenvolvimento animal e predispõem o organismo a infecções concomitantes (FORTES, 1997; ALMEIDA e AYRES, 1999).

O diagnóstico laboratorial dos nematódeos gastrintestinais de cães pode ser realizado especialmente pela constatação e identificação de ovos e/ou larvas em exame de fezes, através do método de flutuação de Willis-Mollay (FORTES, 1997).

O adequado tratamento e prevenção das helmintoses e da escabiose canina representam fator importante na manutenção da saúde dos cães e na prevenção de possíveis zoonoses. Recentes publicações sobre o emprego da doramectina, uma avermectina bio-sintética, derivada da  fermentação de fungos do gênero Streptomyces (ALMEIDA e AYRES, 1999), para tratamento de endo e/ou ectoparasitas em diversas espécies animais, demonstraram bons resultados após apenas uma aplicação do produto, motivando sua utilização no presente estudo.

Segundo JAGANNATH e YATHIRAJ (1999) 
uma única dose de 0,2 mg/kg de doramectina intramuscular ou subcutâneo foi suficiente para tratar a sarna sarcóptica em 23 cães estudados, sem a ocorrência de efeitos colaterais e com boa tolerância inclusive para filhotes.

DELUCCHI e CASTRO (2000) concluíram que
 uma aplicação subcutânea de doramectina nas doses de 0,2 a 0,292 mg/kg, foi suficiente para eliminar os ácaros da sarna notoédrica de gatos altamente infestados, sem a ocorrência de efeitos adversos.

SINGARI et al. (2001) realizaram o tratamento de seis coelhos apresentando sarna notoédrica, comaplicação única de doramectina na dose de 0,4 mg/kg subcutânea, obtendo eliminação da infecção no décimo dia pós-tratamento. 

PACHALY (1999) e ULUTAS e VOYVODA (2000) utilizaram a doramectina em cães com sarna demodécica, refratários a outros tratamentos, em doses de 0,4 a 0,465 mg/kg, via subcutânea, em intervalos de uma ou duas semanas, durante seis a dez semanas, verificando recuperação clínica e raspados de pele negativos.

O presente estudo objetivou, especialmente, verificar a eficácia da doramectina em única aplicação contra o ácaro Sarcoptes scabiei e nematódeos gastrintestinais em cães; verificar a presença de reação adversa sistêmica ou cutânea após aplicação da doramectina; avaliar a evolução das lesões dermatológicas e determinar o período de melhora do prurido após o tratamento.

O experimento foi realizado com 26 cães, 13 fêmeas e 13 machos, sendo 21 cães sem raça definida, dois Poodles, um Akita, um Fila Brasileiro e um Teckel, com peso variando entre 01kg e 40kg.Todos os cães selecionados estavam naturalmente infectados com nematódeos gastrintestinais e com o ácaro Sarcoptes scabiei.

O diagnóstico da escabiose canina foi realizado através de múltiplos raspados cutâneos, em uma a dez áreas acometidas, com lâmina de bisturi e óleo mineral, submetidos posteriormente a exame microscópico. Os raspados de pele foram realizados nos dias zero, 14 e 28. O reflexo auricular-podal foi testado em todos os cães do experimento, no dia zero, como auxílio diagnóstico para a sarna sarcóptica.
Realizaram-se exames coproparasitológicos para pesquisa de ovos e/ou larvas de nematódeos gastrintestinais, utilizando-se o método de flutuação de Willis-Mollay, nos dias zero, 7, 14, 21 e 28, para verificação da presença dos parasitos.

Os animais do grupo de tratamento receberam injeção subcutânea de doramectina 1% na dose única de 0,3 mg/kg e os animais do grupo controle receberam injeção subcutânea de solução de NaCl 0,9%
na dose única de 0,03 ml/kg. As aplicações foram realizadas na região do flanco direito, no dia zero.
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As principais lesões dermatológicas observadas nos animais estudados foram alopecia, eritema, pápulas, escamação da pele, hiperpigmentação, escoriações, crostas, pústulas e liquenificação, de acordo com SCOTT et al. (1996). Observou-se na maioria dos animais a presença de lesões na região posterior da coxa, com presença de alopecia, eritema e pápulas, sendo uma região não descrita na literatura como comumente afetada em animais com escabiose.

O prurido foi observado em todos os animais, como um dos principais sinais da sarna sarcóptica, desencadeando lesões secundárias, como escoriações e autotraumatismos, conforme SCOTT et al.
(1996).

No grupo controle houve piora gradativa das lesões em todas as semanas do experimento e permanência do prurido durante todo o estudo, sendo que, na quarta semana, todos os animais apresentavam-se com intenso eritema e escoriações, além de alopecia, pápulas, escamação, crostas e hiperpigmentação. Os animais do grupo tratamento reduziram o eritema e as escoriações, de forma significativa, a partir do 14º dia, assim como o prurido, com crescimento de pêlos nas áreas com alopecia. Na quarta semana do experimento, todos os animais do grupo tratamento apresentavam-se sem lesões dermatológicas ativas.

Verificou-se redução gradativa dos sinais clínicos da escabiose após aplicação única de doramectina, na dose de 0,3mg/kg subcutânea, com total recuperação dos animais tratados, conforme estudos realizados em diferentes espécies (JAGANNATH e YATHIRAJ, 1999; BERRY, 2000; DELUCCHI e CASTRO, 2000).

O exame coproparasitológico (método de Willis-Mollay), conforme indicado por FORTES (1997) para diagnóstico de nematódeos caninos, foi positivo para todos os animais no dia zero, sendo que o grupo tratamento apresentou 14 animais infectados por Ancylostoma sp, seis por Toxocara sp, três por Trichuris vulpis e um por Uncinaria stenocephala. No grupo controle cinco cães apresentaram infecção por Ancylostoma sp, um cão por Toxocara sp e dois cães por Trichuris vulpis.

Os cães do grupo tratamento apresentaram contagem de ovos negativa nas fezes a partir da primeira semana após a aplicação da doramectina, em dose única subcutânea, sendo que na terceira semana do experimento todos os cães do grupo tratamento apresentaram exames de fezes negativos. Os animais do grupo controle mantiveram exames de fezes positivos durante todo o período de estudo.



Muito se ouve falar sobre a sarna canina, uma infecção de parasita, que pode passar para os humanos e faz com que a vítima se coce sem parar.

SARNA NEGRA EM CÃO E GATO SINTOMAS

SARNA  NEGRA   EM CÃO   E GATO  

SINTOMAS 


A doença não é contagiosa e pode ser tratada, com 

medicamentos e cuidados específicos

A sarna é um problema bastante comum no mundo dos cachorros, e um de seus tipos pode trazer uma série de complicações para a vida dos cães: a Sarna Negra, também conhecida como Sarna Demodécica. 
Mais frequente em animais novos e de raças determinadas, essa doença é causada por um tipo de ácaro chamado Demodex Canis e, ao contrário da sarna comum, não é contagiosa em animais adultos, mas sua transmissão pode ocorrer da mãe para os filhotes no momento da amamentação.
Podendo se manifestar em diferentes regiões do corpo de um cão, a Sarna Negra é uma doença adquirida de maneira hereditária – ou seja, para que um cachorro desenvolva a complicação, seu pai, sua mãe ou ambos também devem ser portadores do problema

Tendo em vista que a predisposição genética é o principal fator que leva à Sarna Demodécica, fica claro que algumas raças em especial 
contam com chances maiores de desenvolver a doença ao longo da vida, incluindo  Dálmata e Pastor Alemão  e outros 
Agentes causadores e a manifestação da Sarna Negra
Conforme citado previamente, a Sarna Negra não é contagiosa para os animais nem para os seres humanos, sendo transmitida por fatores hereditários e, em muitos casos, por meio da amamentação do filhote com o leite de sua mãe doente. Bastante conhecida como Sarna Demodécica, essa doença também é chamada de Demodecicose, Sarna Folicular e Sarna Vermelha – sendo que em casos mais avançados e complicados, pode ser comparada até mesmo à lepra canina.
O ácaro tido como agente causador da doença - chamado de Demodex Canis – é um parasita que presente na pele dos animais de maneira bastante comum e, na maioria dos casos, completamente inofensiva – manifestando-se na forma de doença nos casos específicos em que há a herança genética e em raras situações onde o cão afetado não tenha nascido com alguma deficiência imunológica.
Embora não seja contagiosa, a Sarna Negra pode ser um fator que facilita o desenvolvimento de infecções secundárias – tanto nos animais como nos seres humanos – e, por isso, manter a higiene em dia (quando há contato com um cachorro afetado, principalmente, em momentos de crise) é fundamental para evitar o aparecimento de qualquer tipo de consequência.
Manifestando-se, na maioria das vezes, em cachorros de pouca idade, a Sarna Demodécica também tem fatores externos como responsáveis pelo seu desencadeamento, incluindo elementos como o estresse, a mudança brusca de ambiente ou alimentação, quedas na imunidade do animal, a presença repentina de novos animais no ambiente em que o cão habita, o cio e até o parto das cadelas.
Embora até hoje seja considerada uma doença hereditária, já foi descoberto que a manifestação do problema em cachorros é causada, na realidade, por uma deficiência do sistema imunológico dos cães (que desregula a produção dos linfócitos T); que é passada de pais para filhos e, por isso, é tida como uma complicação transmitida por meio da genética dos animais - e além da Sarna Negra, também pode ser responsável pelo aparecimento de várias outras doenças caninas.
Classificada em dois tipos distintos, a Sarna Negra pode ser localizada ou generalizada, conforme descrito abaixo:
  • Demodecicose Localizada Causa a queda de pelos em uma ou mais regiões do corpo do animal, deixando tais regiões com o aspecto avermelhado e escamoso. Face, focinhos e extremidades costumam ser as áreas mais afetadas nesse tipo de Sarna Negra, e o tratamento do problema é relativamente simples; tendo o uso de loções e pomadas especiais como principais recomendações.
  • Demodecicose Generalizada Bem mais grave que os casos localizados, a manifestação da Demodecicose Generalizada é de tratamento difícil e aparece, na maioria dos casos, em cães ainda bem jovens. A presença de inflamações e dermatites sérias é o principal sinal da complicação, afetando, principalmente, as áreas da cabeça, dos olhos e do peito do cachorro. Deixando a pele do animal com um aspecto envelhecido e provocando muita coceira após o secundária (gerada pela lesão cutânea), esse tipo da Sarna Demodécica – sendo que a sua evolução pode provocar, ainda, a falta de apetite do pet, o aparecimento de bolhas de pus em sua pele e a produção de odores fortes e desagradáveis, facilitando o aparecimento de novas infecções por fungos ou bactérias e podendo, inclusive, levar o animal à óbito.